Brasil continua como o país dos desdentados
Um país de desigualdades e miséria como o Brasil, infelizmente ainda detém o primeiro posto em muitas estatísticas lamentáveis, como o de liderar os índices de cárie dentária no mundo.
Os motivos que estão afastando os brasileiros das cadeiras dos dentistas vão desde o medo da obturação até a ignorância sobre a necessidade da prevenção periódica dos males da cárie.
Para Graça Lopes, odontóloga e conselheira da Uniodonto, a mídia é co-responsável pela imagem do dentista-vilão, desconhecendo a humanização vivida pela profissão nos dias de hoje.
"Muitos pais ameaçam levar ao dentista os filhos que se portam mal, o que cria uma mística negativa em torno da profissão. Isso desrespeita a evolução vivida pelo profissional de odontologia. Hoje nós deixamos de ser aquele que extrai e obtura dentes para nos tornarmos verdadeiros médicos da boca", diz referindo-se aos avanços científicos e tecnológicos do ramo.
Além disso, pesa na balança o custo do tratamento dentário. Um tratamento de canal chega a custar R$ 200,00, o mesmo valor de um salário mínimo.
O preço elevado faz com que a busca pelo tratamento dentário seja deixado para as últimas circunstâncias, muitas vezes, quando a única solução passa a ser a extração, que significa a perda definitiva do dente.
Ainda que os dentistas enfatizem um aumento sensível na política pública de saúde bucal – hoje, 32 postos já realizam consultas odontológicas e o dentista passou este ano a integrar o Programa Federal de Saúde da Família – ainda há um longo caminho a trilhar para popularizar o serviço entre as classes mais baixas.
Graça acredita que o governo deveria investir em campanhas preventivas. "As pessoas precisam ter consciência da simplicidade dos métodos preventivos da saúde bucal, o governo deveria investir com mais força nisso", adverte.
Pessoas como o vendedor ambulante Giovanni da Silva, 23 anos, que já ostenta algumas ‘janelas’ em seu sorriso e diz não se preocupar com tratamentos dentários. "Não tenho muita vontade de fazer porque não tenho condições", lastima-se.
No entanto, os dentistas recomendam para a manutenção de um bonito sorriso e um hálito saudável, o uso constante de duas ferramentas básicas: a escova de dentes e o fio dental.Próximo encontro de odontologia discute ética e avanços da profissão
De 30 de maio a 1o de junho acontece, no Hotel Thermas, a VI Jornada Mossoroense de Odontologia. O encontro, realizado de dois em dois anos, terá como foco principal os avanços científicos e tecnológicos da área.
A organização do evento está a encargo das comissões regionais da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) e Cooperativa Regional de Odontologia (CRO). Na última edição na cidade, 400 profissionais compareceram.
Paralelamente, ocorre o 2o Fórum de Odontologia, que irá travar um debate sobre a administração ilegal da odontologia, voltando-se para a questão dos "práticos", que exercem a profissão sem o registro profissional.
Segundo Graça, a discussão não irá centrar-se no protecionismo dos profissionais regulamentados, mas no esclarecimento da população sobre os riscos que o dentista leigo representa.
"Muitas vezes, nós somos obrigados a restaurar os estragos cometidos pelos práticos. Temos exemplos bizarros de gente que constrói próteses e restaura os dentes com material indevido, facilitando o aparecimento de infecções que podem ser fatais", alerta.Uniodonto busca parcerias com empresários
Os tratamentos dentários são caros, mas já existem alternativas de mercado para quem quiser manter a saúde dos dentes. A Uniodonto é uma das poucas cooperativas de dentistas a favorecer o tratamento integral, incluindo cirurgias.
"Agora nós estamos buscando parcerias com empresas, na tentativa de baratear o custo de nosso plano de saúde", diz o futuro diretor da Cooperativa, Marcos Pereira.
A uniodonto existe há cinco anos e já conta com 59 médicos conveniados. Sua nova meta de expansão é conseguir a adesão de empresas, para isso está avaliando as características da equipe e as vantagens que podem ser concedidas. A mensalidade individual custa R$ 25,00.
Segundo Marcos, cirurgião-dentista, é preciso que se atente cada vez mais sobre a importância dos cuidados com a boca. "Através de uma infecção nas gengivas todo o corpo do paciente pode ser comprometido, podendo acarretar desde problemas no coração até paralisação dos membros, 40% das infecções sangüíneas derivam das bucais", explica.
Através de exames na saliva pode-se diagnosticar precocemente doenças como a diabetes, por exemplo.Você cuida do seu sorriso?
Paulo César, 19, estudante: "Costumo cuidar dos meus dentes. Vou ao dentista duas vezes por ano".José Fernandes, 49, motorista: "Nunca cuidei dos meus dentes e hoje me arrependo. Tive piorréia e hoje me restam apenas cinco dentes. Se pudesse voltar atrás teria ido mais vezes ao dentista".Giovanni da Silva, 23, ambulante:
"Não tenho o costume de ir ao dentista. Com o meu salário de vendedor pouco sobra para sustentar minha família".
A Periodentite
A periodontite ocorre quando a gengivite estende-se até as estruturas de suporte ao dente. A periodontite é uma das principais causas de perda de dentes em adultos e é a principal causa em pessoas idosas. Sua causa: a maioria dos casos de periodontite é decorrente do acumulo prolongado de placa e de tártaro entre os dentes e as gengivas. Ocorre a formação de bolsas entre os dentes e as gengivas, as quais se estendem para baixo, entre a raiz do dente o osso subjacente. Essas bolsas acumulam placa bacteriana em um ambiente Sam oxigênio, o que promove o crescimento de bactérias. Se o problema persistir, ocorrera uma grande destruição do maxilar adjacente e o dente ira se torna frouxo.
O grau de desenvolvimento da periodontite difere consideravelmente, mesmo entre indivíduos que possuem quantidades similares de tártaro. Isto ocorre provavelmente porque as suas placas contêm tipos e quantidades de bactérias diferentes também porque os indivíduos respondem de forma diferente as bactérias. A periodontite pode produzir episódios de atividades destrutivas que duram meses, os quais são seguidos por períodos nos quais a doença aparentemente não causa maiores danos. Muitas pessoas (exemplos; diabetes mellitus, síndrome de down, doença de crohn, a deficiência de glóbulos brancos e a AIDS) podem predispor a periodontite. A periodontite evolui rapidamente nos indivíduos com AIDS.
Sintomas e diagnóstico: os sintomas iniciais de periodontite são o sangramento, a hiperemia gengival e a halitose. Os dentistas mensuram a profundidade das bolsas nas gengivas com uma sonda fina e as radiografias revelam o grau de perda óssea. À medida que a destruição do tecido ósseo aumenta, os dentes tornam-se frouxos e mudam de posição. Freqüentemente, os dentes da frente projetam-se para fora. A periodontite geralmente é indolor até os dentes tornarem-se suficientemente frouxos e serem movidos durante a mastigação ou até que ocorra a formação de um abscesso (acumulo de pus).
Seu tratamento: ao contrario da gengivite que geralmente desaparece com um bom cuidado bucal, a periodontite exigir cuidados profissionais. Um paciente com uma boa higiene bucal pode limpar apenas 2 mm sob a linha da gengiva.o dentista pode limpar bolsas com até 5mm de profundidade utilizando uma cureta e uma lima de Ca-panal, que move totalmente o tártaro e a superfície doente da raiz. Para bolsas de 6 mm ou mais, a cirurgia freqüentemente é necessária. O dentista ou o periodontista também pode remover parte da gengiva separada para que o restante da gengiva possa aderir firmemente aos dentes e o indivíduo possa remover a placa em casa. O dentista pode prescrever antibióticos, especialmente quando ocorre a formação de um abscesso. Ele também pode inserir filamentos e impregnados de antibióticos nas bolsas profundas, de modo que concentrações elevadas dessas substâncias possam atingir a área doente. Os obscenos periodontais causam uma exacerbação da destruição óssea, mas o tratamento imediato (cirúrgico ou com antibióticos) permite a recuperação da maior parte do osso lesado.
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